PS rejeita Plano e Orçamento Municipais para 2025 por falta de concretização e visão de Futuro

PS Açores - Há 2 dias

Os deputados municipais do PS na Assembleia Municipal da Horta expressaram, esta quinta-feira, uma forte preocupação em relação aos documentos apresentados pela autarquia, que definem as opções para o último ano do mandato autárquico.

Na sua declaração de voto, os socialistas destacaram que a concretização de muitos dos objetivos assumidos pela coligação PSD/CDS-PP/PPM, nas eleições de 2021, tem sido sucessivamente adiada, revelando a incapacidade do executivo em materializar as medidas e ações anunciadas.

“Desde 2021, a Câmara prometeu focar-se em áreas cruciais como habitação, infraestruturas, educação, e desenvolvimento económico. Em particular, o reforço da rede viária, a reabilitação urbana, e a promoção da eficiência energética foram repetidamente destacados como pilares de uma visão progressista para o Faial. No entanto, o Plano de 2025 revela que muitos desses projetos ainda estão em fase de implementação ou, em alguns casos, apenas no início do seu planeamento”, frisaram os socialistas.

Salientando a incapacidade de concretização dos objetivos estabelecidos, os deputados municipais do PS alertaram, na ocasião, que “a reabilitação das infraestruturas escolares e o investimento em tecnologias de eficiência energética” são mencionados novamente no Plano de 2025, enquanto se assiste uma degradação continuada de algumas infraestruturas essenciais como é o caso da rede viária ou o Teatro Faialense.

“O documento projeta uma imagem de ambição e compromisso contínuo com o desenvolvimento do Faial, mas, a análise dos documentos desde 2021 até agora revela uma desconexão entre as promessas feitas e os resultados tangíveis”, alertaram, para defender que esta descontinuidade entre o planeado e o executado sublinha a necessidade de uma revisão crítica das estratégias de planeamento e execução da Câmara Municipal da Horta.

Frisando que o município da Horta considera que o Programa Operacional Açores 2030 possa ser a varinha mágica salvadora em 2025, de todas as intenções de investimento que ficaram, ao longo dos últimos três anos, por concretizar, os socialistas alertam que o próximo ano não será mais que ocasião para “apresentação de candidaturas, de avanço parcelar ou mínimo de ações, obras ou empreitadas e, mesmo, da necessária tomada de opções sobre qual o leque de realizações a levar a cabo com gestão equilibrada de fundos, sob pena de se hipotecar a capacidade de investimento progressivo ao longo do período de apoios comunitários, que se estenderá até ao ano de 2030”.

Na ocasião, os socialistas salientaram, também, as baixas execuções dos Planos e Orçamentos do Governo Regional para a ilha do Faial desde 2021, situação a que acresce o avolumar da dívida regional e das dívidas a fornecedores que afetam também muitos empresas da ilha.

“De 2021 para cá, não fossem as obras em execução, já adjudicadas e terminadas pelo último executivo do Partido Socialista, o cenário seria muito mais desolador e o progresso do nosso concelho muito mais comprometido”, defenderam, para manifestar que apesar das muitas das propostas que o PS apresentou as mesmas não mereceram acolhimento.

Outro ponto crítico levantado pelo grupo municipal foi a questão da Habitação, área em que o PS apresentou propostas concretas em anos anteriores. "Agora, o município propõe um investimento de mais de 8 milhões de euros na Estratégia Local de Habitação, mas isso está muito aquém do prometido e demonstra um claro atraso na execução, já que muitos desses investimentos têm um prazo de execução até 2026", afirmaram.

“Os documentos agora votados são a prova de que estamos perante falta de arrojo, falta de ideias e – sobretudo – falta de capacidade concretizadora para o nosso concelho e para a nossa ilha”, situação que levou a que a bancada do Partido Socialista, com base nos documentos apresentados, se confrontasse com uma “obrigação de rejeição do Plano e Orçamento Municipais para 2025”.